CBS para Micro e Pequenas Empresas: O que muda, como funciona e como se preparar

A Reforma Tributária trouxe uma série de mudanças importantes para empresas de todos os tamanhos, e um dos pontos centrais dessa transformação é a criação da CBS — Contribuição sobre Bens e Serviços. Para micro e pequenas empresas, entender como a CBS funciona é essencial para evitar problemas, ajustar processos e aproveitar os benefícios do novo sistema.

Neste artigo, você vai entender o que é a CBS, como ela afeta micro e pequenas empresas, quais são as mudanças na prática e o que fazer agora para se preparar.

O que é a CBS?

A CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) é o novo imposto federal criado pela Reforma Tributária para substituir definitivamente o PIS e o COFINS.
Ela faz parte do novo modelo tributário brasileiro baseado no IVA (Imposto sobre Valor Agregado) — um sistema moderno, usado em diversos países para tornar a tributação mais simples e transparente.

A CBS vai incidir sobre:

• vendas de produtos;

• prestação de serviços;

• operações digitais;

• licenças e direitos;

• serviços online e intangíveis.

A grande promessa é simplificar e padronizar a tributação sobre consumo.

Micro e pequenas empresas pagarão CBS?

A resposta é: depende do regime tributário da empresa.

Veja como fica para cada caso:

Simples Nacional

Empresas do Simples não pagarão CBS diretamente, pois a CBS estará embutida no DAS, assim como já acontece hoje com PIS e COFINS.

No entanto, é importante entender:

• A CBS pode influenciar alíquotas internas do Simples no futuro;

• A forma de recolhimento permanece simples e unificada;

• A empresa não precisará calcular créditos ou débitos da CBS.

Ou seja, para quem é Simples, nada muda no recolhimento — mas será necessário adaptar notas fiscais e acompanhar mudanças na legislação.

Empresas fora do Simples (Lucro Presumido e Real)

Para micro e pequenas empresas que já não estão no Simples, a CBS terá impacto total:

• Substitui PIS e COFINS;

• Usa sistema de crédito x débito;

• Exige atualização de sistemas;

• Muda regras contábeis e fiscais.

Como a CBS funciona na prática?

Alíquota da CBS

A alíquota final será definida em lei complementar, mas estudos indicam que a CBS terá uma alíquota federal própria dentro do sistema IVA.

Cálculo

A CBS segue o sistema de valor agregado:

• A empresa paga CBS sobre as vendas;

• Mas pode usar créditos de compras relacionadas à atividade;

• O imposto devido será: débito – crédito.

Esse modelo evita a famosa cascata tributária.

Impactos da CBS para Micro e Pequenas Empresas

1. Menos burocracia

A unificação de PIS e COFINS em um único imposto facilita:

• apuração;

• emissão de notas;

• escrituração;

• cálculo.

Empresas ganham tempo e reduzem risco de erros.

2. Adequação tecnológica nos sistemas (inclusive no Simples)

Mesmo para quem é Simples, os sistemas de emissão de notas fiscais (NF-e, NFC-e, NFS-e Nacional) precisarão ser atualizados para incluir campos da CBS.

ERP e softwares contábeis precisarão:

• alterar XML;

• tratar novos códigos de tributação;

• identificar crédito e débito (para quem não é Simples).

3. Mudanças nos preços e repasses

A CBS deve trazer mais transparência sobre a carga tributária e isso afeta:

• margens de lucro;

• precificação;

• repasse de custos;

• negociações com fornecedores.

Micro e pequenas empresas precisam analisar como a CBS vai influenciar o custo final dos produtos/serviços.

4. Aumento da competitividade

Com a simplificação de regras, pequenas empresas passam a competir de forma mais justa com grandes companhias, já que o novo sistema:

• reduz distorções;

• aumenta transparência;

• elimina cumulatividade;

• favorece a neutralidade tributária.

5. Exportação facilitada (para quem vende para fora)

A CBS prevê:

• alíquota zero para exportações;

• manutenção integral de créditos.

Micro e pequenas empresas que exportam — especialmente no e-commerce — ganham competitividade internacional.

Como micro e pequenas empresas devem se preparar para a CBS?

Aqui está um guia prático, simples e direto:

1. Atualizar sistemas e ERP

Certifique-se de que seu sistema:

• emite notas com campos de CBS;

• está pronto para NFS-e Nacional;

• faz cálculos automáticos quando necessário;

• aplica corretamente o IVA federal.

Se usa Actana, essa adaptação será automática e integrada.

2. Treinar equipe e contabilidade

Mesmo empresas do Simples precisam saber:

• como a CBS altera documentos fiscais;

• novos códigos de operação;

• obrigações acessórias;

• regras de crédito e débito (para quem não é Simples).

3. Revisar preços e contratos

A CBS impacta custos.
É essencial revisar:

• contratos com fornecedores;

• formação de preço;

• margens de lucro;

• repasses aos clientes.

4. Fazer simulações de impacto

Pequenas empresas fora do Simples precisam testar cenários:

• carga tributária com CBS;

• impacto de créditos;

• fluxo de caixa;

• mudanças na precificação.

5. Acompanhar a regulamentação

A CBS depende de leis complementares que definirão:

• alíquotas;

• regimes especiais;

• exceções;

• benefícios;

• prazos.

Micro e pequenas empresas devem acompanhar atentamente para evitar surpresas.

FAQ – CBS para Micro e Pequenas Empresas

Empresas do Simples vão pagar CBS?

Não diretamente. A CBS estará embutida no DAS.

Preciso atualizar meu sistema mesmo sendo Simples?

Sim. As notas fiscais terão novos campos e regras.

A CBS aumenta a carga tributária?

Depende do setor, mas a tendência é maior transparência e neutralidade.

Empresas do Simples terão crédito da CBS?

Não, porque elas não apuram o imposto via débito e crédito.

Quando a CBS começa a valer?

A CBS começa a transição em 2026 e substitui PIS/COFINS totalmente em 2027.

Conclusão

A CBS representa uma mudança profunda na tributação federal, mas para micro e pequenas empresas ela pode trazer mais simplicidade, transparência e competitividade.
A chave é se preparar desde já:

• atualizar sistemas,

• acompanhar a legislação,

• revisar preços e processos,

• e manter o time contábil informado.

Empresas que se adaptarem cedo estarão mais seguras, organizadas e prontas para esse novo cenário tributário brasileiro.