IBS na Reforma Tributária: O que é, como funciona e como as empresas devem se preparar para o novo imposto

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Bárbara Faria Redatora e Copywriting
IBS na Reforma Tributária: O que é, como funciona e como as empresas devem se preparar para o novo imposto

IBS na Reforma Tributária: O que é, como funciona e como as empresas devem se preparar para o novo imposto

A Reforma Tributária brasileira trouxe uma das maiores transformações fiscais da história moderna do país. Entre as principais mudanças, o IBS — Imposto sobre Bens e Serviços — é considerado o elemento mais importante e complexo. Ele substituirá dois dos tributos mais problemáticos do sistema atual: o ICMS e o ISS, unificando regras estaduais e municipais em um único imposto.

Mas o que exatamente é o IBS? Como ele vai funcionar na prática? Quais serão suas alíquotas, regras, impactos para empresas e consumidores? E principalmente: o que sua empresa deve fazer desde já para se adaptar ao novo cenário?

Neste artigo você entenderá tudo sobre o IBS, com explicações claras, objetivas e atualizadas.


O que é o IBS?

O IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) é o novo imposto criado pela Reforma Tributária para substituir:

  • ICMS — Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (estadual)

  • ISS — Imposto Sobre Serviços (municipal)

O IBS será um imposto sobre consumo, semelhante ao modelo adotado em diversos países desenvolvidos. Seu objetivo é simplificar cobranças, eliminar distorções e reduzir a burocracia fiscal, tornando o sistema mais justo, transparente e eficiente.


Principais características do IBS

1. Abrangência ampla

O IBS será aplicado a praticamente todas as operações de bens e serviços, tanto físicas quanto digitais. Isso inclui:

  • Venda de produtos

  • Prestação de serviços

  • Importações

  • Consórcios

  • Comércio eletrônico

  • Intermediadores como marketplaces

2. Cobrança no destino

Um dos pilares da Reforma Tributária é que o IBS será cobrado no local onde o bem ou serviço é consumido, e não mais no local de origem.

Isso elimina a guerra fiscal e redistribui receita de maneira mais justa entre estados e municípios.

3. Créditos financeiros

O IBS permitirá créditos financeiros amplos, garantindo que:

  • Todo imposto pago na cadeia anterior possa ser creditado;

  • Não haja cumulatividade;

  • O valor final seja transparente e padronizado.

Isso representa uma revolução para empresas que hoje perdem créditos por falhas, exceções e regimes restritivos.

4. Base única de incidência

O IBS terá uma única legislação nacional, acabando com:

  • 27 legislações diferentes de ICMS;

  • 5.570 legislações de ISS;

  • Regras conflitantes entre municípios;

  • Enxurrada de obrigações acessórias.

Com isso, o Brasil reduz enormemente a insegurança jurídica.

5. Administração compartilhada

Apesar de unificado, o IBS será administrado por estados e municípios por meio de um órgão nacional, semelhante ao Comitê Gestor do Simples Nacional.


Quais impostos o IBS vai substituir?

O IBS irá substituir integralmente:

● ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

  • Incide sobre produtos

  • Altamente complexo

  • Com guerra fiscal intensa

  • Com regras diferentes em cada estado

● ISS – Imposto Sobre Serviços

  • Cobrado principalmente por municípios

  • Regras divergentes entre cidades

  • Base e alíquotas variáveis

Com o IBS, esses dois tributos darão lugar a um único imposto moderno, transparente e padronizado.


Como será a alíquota do IBS?

A alíquota do IBS será adicionada à alíquota da CBS, e o valor total deve ficar entre 26% e 30%.

Mas atenção: essa é a soma dos dois impostos, não da alíquota individual do IBS.

A alíquota exata do IBS ainda dependerá:

  • Da definição nos estados e municípios

  • Da regulamentação complementar

  • Dos ajustes na regra de transição

Alíquotas diferenciadas

O IBS poderá ter reduções para setores considerados essenciais, como:

  • Serviços de saúde

  • Educação

  • Atividades de transporte público

  • Segmentos da cesta básica


Regime de transição do IBS

A implementação será gradual, dividida em etapas:

2026 → Início da transição

  • IBS começa a ser testado com alíquota simbólica

  • ICMS e ISS permanecem existindo

2027 a 2032 → Substituição progressiva

  • ICMS e ISS serão reduzidos gradualmente

  • IBS ganha importância e aumenta a participação na carga tributária

2033 → IBS pleno

  • ICMS e ISS deixarão de existir completamente

  • IBS funcionará com regras consolidadas

  • A cobrança será concentrada no destino


Como o IBS será cobrado?

1. Fato gerador

Qualquer operação de consumo, incluindo:

  • Venda de mercadorias

  • Prestação de serviços

  • Importação de bens e serviços

  • Aluguel de bens tangíveis

  • Licenciamento de software

  • Intermediação digital (marketplaces)

2. Momento de cobrança

A cobrança será realizada no momento:

  • Da emissão da nota fiscal

  • Da circulação de mercadorias

  • Do pagamento do serviço

3. Local de pagamento

Sempre no destino — ou seja, onde está localizado o consumidor final do produto ou serviço.


Como fica a Nota Fiscal com o IBS?

A NF-e e a NFS-e Nacional passarão por mudanças para incluir:

Novos campos

  • IBS

  • Base de cálculo IBS

  • Alíquota IBS

  • Créditos de IBS

  • Regime específico de IBS (quando aplicável)

Campos excluídos

  • ICMS

  • ISS

  • Benefícios fiscais estaduais e municipais

ERP e sistemas fiscais precisarão ser adaptados para suportar a nova estrutura.

(Se você usa Actana, essas mudanças serão totalmente implementadas para emissão de NF-e, NFC-e e NFS-e Nacional com IBS e CBS.)


Impactos do IBS para empresas

1. Redução de burocracia

Empresas deixam de lidar com múltiplas legislações municipais e estaduais.

2. Crédito expandido

Créditos poderão ser usados de forma mais ampla, reduzindo o preço final de produtos e serviços.

3. Necessidade de adaptação tecnológica

Os ERPs precisarão:

  • Emissão correta de documentos

  • Cálculos automatizados

  • Novos campos fiscais

  • Integração com a NFS-e Nacional

4. Mudança no planejamento tributário

Empresas terão que revisar:

  • Estruturas de preço

  • Regimes especiais

  • Logística baseada em “origem”

  • Estratégias de compra e venda

5. Impactos por setor

  • Serviços: maior impacto, pois o IBS será não cumulativo.

  • Indústria: deve ser beneficiada com crédito amplo.

  • Comércio: impacto moderado, com vantagem na cadeia produtiva.


Vantagens do IBS

● Simplicidade

Um único imposto no lugar de dois extremamente complexos.

● Fim da guerra fiscal

Estados não poderão conceder benefícios individuais sem regras nacionais.

● Menos contencioso

O ICMS é o maior gerador de processos tributários no país.
Com o IBS, isso deve reduzir drasticamente.

● Transparência

Alíquota clara, sem regimes ocultos ou exceções que dificultem o entendimento.

● Maior previsibilidade

Empresas poderão planejar investimentos sem medo de mudanças súbitas em legislações estaduais.


Desafios do IBS

1. Alíquota alta

A soma IBS + CBS será uma das maiores do mundo.

2. Mudança cultural

Municípios e estados terão que se adaptar ao compartilhamento de gestão.

3. Complexidade inicial

Durante o período de transição, empresas terão que lidar com sistemas paralelos (ICMS/ISS e IBS).


Como as empresas devem se preparar para o IBS?

1. Atualize seu sistema ERP

Ele precisa estar pronto para:

  • Novos impostos

  • Novos campos

  • Novos cálculos

  • Novas notas fiscais

  • Novos relatórios fiscais

(Actana já está sendo preparado para IBS, CBS e NFS-e Nacional.)

2. Treine a equipe contábil e fiscal

O conhecimento será essencial para evitar erros e multas.

3. Revise contratos comerciais

Reajustes de preços e cláusulas tributárias terão de ser atualizados.

4. Faça projeções de impacto financeiro

Analise como mudanças afetarão:

  • Margem de lucro

  • Custos operacionais

  • Fluxo de caixa

5. Mantenha-se alinhado com a contabilidade

A transição durará anos, exigindo acompanhamento constante.


Conclusão: O IBS é o coração da Reforma Tributária — comece a se adaptar agora

O IBS representa uma mudança profunda no sistema fiscal brasileiro. Ele promete simplificar processos, aumentar a previsibilidade, reduzir disputas tributárias e criar um ambiente de negócios mais justo.

Apesar dos desafios iniciais, sua implementação trará benefícios significativos no longo prazo — especialmente para empresas que se prepararem com antecedência.

Atualizar seus sistemas, treinar sua equipe e ajustar processos internos é fundamental para atravessar a transição com tranquilidade e segurança.

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