O que é a Reforma Tributária e por que ela está acontecendo?
A Reforma Tributária é um conjunto de mudanças aprovadas pelo governo brasileiro para simplificar o sistema de impostos, torná-lo mais eficiente e reduzir distorções que dificultam investimentos e a competitividade das empresas. O Brasil era conhecido pelo sistema tributário mais complexo do mundo, com sobreposição de tributos, legislações estaduais conflitantes e regras que mudavam constantemente.
Entre os principais motivos para a reforma, destacam-se:
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Excesso de impostos indiretos sobre consumo.
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Carga tributária distribuída de forma desigual entre setores.
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Complexidade na apuração de ICMS, ISS e demais tributos.
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Guerra fiscal entre estados, que prejudicava empresas e consumidores.
Com a nova legislação, espera-se:
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Um sistema mais simples e mais previsível;
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Redução do chamado “custo Brasil”;
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Mais competitividade para empresas nacionais;
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Maior segurança jurídica e redução de litígios.
Principais mudanças da Reforma Tributária
A Reforma Tributária reorganiza completamente a forma como os impostos sobre consumo são cobrados. Ela substitui cinco tributos atuais por apenas dois:
1. Unificação dos impostos em IBS e CBS
A grande mudança da reforma é a criação de dois novos tributos:
● IBS – Imposto sobre Bens e Serviços (estadual e municipal)
Ele substituirá:
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ICMS (estadual),
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ISS (municipal).
O IBS será administrado conjuntamente pelos estados e municípios, sob um único conjunto de regras.
● CBS – Contribuição sobre Bens e Serviços (federal)
A CBS substituirá:
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PIS,
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Cofins.
A proposta é que a CBS tenha regras simples e uniformes, reduzindo a confusão gerada pelos múltiplos regimes do PIS/Cofins.
2. Criação do Imposto Seletivo (IS)
O Imposto Seletivo será aplicado a produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como:
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cigarros,
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bebidas alcoólicas,
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agrotóxicos com alta toxicidade,
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bens altamente poluentes.
Ele funcionará como uma ferramenta de estímulo a hábitos mais saudáveis e sustentáveis.
3. Fim da guerra fiscal
Estados deixariam de oferecer benefícios fiscais de forma desenfreada para atrair empresas.
Agora, toda concessão deverá seguir regras nacionais e ser distribuída de maneira equilibrada entre os estados.
4. Crédito financeiro amplo
Uma das mudanças mais importantes: o crédito de IBS e CBS será amplo e garantido, reduzindo distorções nas cadeias produtivas.
Hoje, empresas perdem créditos por causa de exceções, regimes especiais e regras confusas de ICMS e PIS/Cofins.
Com a reforma, o crédito se tornará mais simples e previsível.
5. Cobrança no destino
Atualmente, muitos tributos são cobrados no estado de origem da mercadoria.
A reforma muda para cobrança no destino — ou seja, onde o bem ou serviço é consumido.
Isso favorece estados consumidores, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Como fica a alíquota com a Reforma Tributária?
Um dos pontos mais discutidos é a alíquota do novo Imposto sobre Bens e Serviços.
A estimativa é que a soma de IBS + CBS fique entre 26% e 30%, tornando-se uma das mais altas do mundo.
Por que tão alto?
Porque a Reforma unifica tributos, mas não reduz a carga tributária total.
O objetivo principal é simplificação, não redução.
Contudo, existem exceções:
Alíquotas diferenciadas:
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Redução de 60% da alíquota para setores essenciais como:
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saúde,
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educação,
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transporte público,
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alimentos específicos,
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produtos da cesta básica.
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Isenção total ou parcial:
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Alguns itens essenciais poderão ter alíquota zero.
Essa diferenciação busca manter justiça social, reduzindo o peso dos tributos para populações de menor renda.
Quando a Reforma Tributária começa a valer?
A implementação será gradual, com transição entre 2026 e 2033:
2026
Início da CBS em fase piloto, mantendo PIS e Cofins.
2027
CBS começa a vigorar de forma plena e PIS/Cofins são extintos.
2028 a 2032
Substituição gradual do ICMS e ISS até que o IBS se consolide.
2033
Somente IBS e CBS estarão vigentes e os impostos antigos estarão totalmente extintos.
Impactos da Reforma Tributária para empresas
A Reforma impactará empresas de todos os portes, mas de formas diferentes:
1. Menos burocracia
A simplificação fiscal deve reduzir o esforço contábil e jurídico.
2. Adequação dos sistemas ERP
Empresas precisarão atualizar sistemas para:
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Enviar novos campos,
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Implementar cálculos para IBS/CBS,
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Adequar NF-e, NFC-e e NFS-e Nacional,
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Criar novos relatórios fiscais.
(Se você usa Actana, seu sistema já terá preparação completa para a Reforma)
3. Crédito financeiro mais claro
Isso reduz o acúmulo de créditos “podres” e melhora o fluxo de caixa.
4. Setores com aumento ou redução de carga
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Serviços podem sofrer aumento devido ao fim da cumulatividade.
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Indústria tende a ser beneficiada.
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Comércio terá variação conforme sua operação.
5. Necessidade de revisão do planejamento tributário
As empresas precisarão rever:
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margem de lucro,
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formação de preços,
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cadeia logística,
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estratégias de compra e venda.
Como se preparar para a Reforma Tributária?
1. Atualize seu ERP
Sistemas antigos não suportarão os novos tributos.
Sua empresa precisa de um sistema preparado e atualizado, como o Actana.
2. Capacite sua equipe
Treinamento será fundamental para entender:
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novas obrigações,
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emissão de notas com IBS/CBS,
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crédito financeiro ampliado,
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regras de exceção e regimes específicos.
3. Reavalie contratos e políticas de preços
Os novos tributos impactarão prestadores de serviço, indústrias e comércios.
É essencial revisar contratos para evitar prejuízos.
4. Acompanhe atualizações legais
A reforma ainda será regulamentada via leis complementares.
Ou seja: mais detalhes surgirão nos próximos meses.
5. Consulte sua contabilidade
O contador será peça-chave na transição para as novas regras.
Conclusão: A Reforma Tributária é um marco — e quem se preparar primeiro sairá na frente
A Reforma Tributária representa um divisor de águas no sistema fiscal brasileiro. Ela vai simplificar processos, reduzir litígios e trazer mais previsibilidade para as empresas. No entanto, também exigirá adaptações importantes, principalmente na área tecnológica e na gestão financeira.
Quanto antes sua empresa se preparar, maiores serão os benefícios.
Seja atualizando seu ERP, treinando sua equipe ou revendo processos internos, agir agora é a melhor forma de garantir uma transição tranquila e sem surpresas.
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